Existem muitas formas de ver o mundo que nos rodeia. Usando por exemplo óculos escuros, de lentes alaranjadas, azuis, verdes, castanhas, etc. podemos ver o mundo a nossa volta com uma coloração influenciada pelas lentes que usamos. Mas se pretendermos ver o mundo de forma natural ou seja com as cores reais mediante os nossos sentidos, somos obrigados a deixar de lado os nossos óculos. O mesmo acontece em relação a leitura e interpretação dos factos e fenómenos sociais.
Um dos mandamentos fundamentais das ciências sociais reza que antes de partirmos para a leitura e análise dos factos sociais devemo-nos despir das nossas prenoções. Estas últimas resultam muitas vezes das nossas influências político-partidárias, ideológicas, religiosas, etc. Aqui está o ABC das ciências sociais. Não se obedecendo a este mandamento podemos apenas emitir opiniões pessoais e tudo parecido a isso menos fazer ciências sociais, pois estas requerem de alguma forma certo rigor e neutralidade axiológica.
Dizer que nos devemos despir das cores ideológicas, político-partidárias, religiosas, afinidades étnicas, devoção à um clube de futebol, etc. não significa de modo algum que o ciêntista seja um extra-terrestre. Como qualquer ser humano inserido na sociedade, o cientista também tem as suas afinidades políticas, religiosas, e outras que fazem dele um cidadão comum. A diferença porém, nota-se pelo facto de um ter a atenção de separar o trigo do joio no momento certo. Aí começa o exercício da atitude científico-académica.
A STV (estação televisiva do grupo Soico) tem um interessante programa dominical que a princípio parece estar virado para a análise dos factos sociais de maneira académica. Mas na verdade o que se verifica é que a academia ou o simplesmente o termo académico é usado indiscriminadamente para ludibriar a atenção dos telespectadores. O que na verdade ocorre é que se discutem assuntos sociais na perspectiva política e não académica, mas como quase todo o mundo gosta de ser académico, já se justifica o mau uso deste termo – académico.
Tem-se verificado que no lugar de fazer leituras isentas de ideologias político-partidárias, o painel desata vezes sem conta, em ataques pessoais no lugar de discutir ideias. Isso disvirtua de alguma forma a expectativa dos telespectadores que esperando por uma coisas, são presenteados por outra.
Um painelista que se afirma “guerreiro e lutador pela causa causa do povo” não está de modo algum a mostrar uma postura académica antes sim política. Normalmente são os políticos quem se recorrem a esse discurso de luta pela causa do povo e não por interesses pessoais. Os políticos – que na sua maioria são grandes mentirosos -, dizem nos seus discursos que a sua preocupação é com relação ao bem estar do povo e não consigo próprio; por essa causa, dizem eles poderem-se fazer mártires pelo bem estar do povo – o que nem sempre corresponde a verdade . O académico desvia-se deste tipo de discurso não pelo desinteresse da causa do povo, pois a ciência visa acima de tudo produzir o conhecimento para o bem estar social das pessoas através da tecnologia, melhores políticas públicas, modelos políticos de governação e administração pública, etc.
No exemplo que demos sobre a STV, talvez o problema não esteja no painel em si, mas sim da própria instituição e os critérios por si usados na selecção das figuras a comporem tal painel. Quer nos parecer que o critério usado foi a cor política dos dois grandes partidos moçambicanos. No entanto foram seleccionados rostos; um publicamente comprometido com a RENAMO, um comprometido com a FRELIMO, e o outro aparentemente neutro mas que depois afirmou-se como simpatizante da FRELIMO. Este critério de formação do painel não parece mais apropriado para um debate académico, antes sim para uma discução sobre assuntos sociais numa perspectiva política, ao exemplo do acontece na Assembleia da República. O mal seria menor se logo de início ficasse claro para os telespectadores que o programa seria uma miniatura da Assembleia da República, mas a decepção surge quando usa-se a capa da academia para fazer politiquices. É talvez daí que começa a indignação daqueles que pautam pelos valores e postura de académicos.
Se a STV quiser corrigir o seu erro, ainda tem tempo para isso. Pode por um lado rescindir o contrato com o, ou os painelistas que disvirtuam os objectivos do programa, ou entao mostrar aos telespectadores que o enfoque do programa é trazer às telas uma miniatura do parlamento.
Em relação aos Partidos políticos, especialmente a FRELIMO fica-lhe a tarefa de rever os seus representantes ou porta-vozes. Indivíduos de compostura duvidosa, podem manchar à todo um partido, e de alguma forma influenciar-lhe nos escurtínios eleitorais. Em momentos em que a nossa análise é desaprofundada, pode-se ficar na dúvida sobre a posição pessoal de alguém, com valores e postura não comungada pela maioria das pessoas de bom senso, e a posição do Partido.
Tudo o que foi referido anteriormente baseou-se na reflexão em torno do debate dominical, ora aludido, da noite de 13/07/08. Foi na sequência dele que reiteramos a importância de se fazerem leituras sobre os factos sociais isentos de pré-noções, se quisermos pautar por uma postura académica.
Um dos mandamentos fundamentais das ciências sociais reza que antes de partirmos para a leitura e análise dos factos sociais devemo-nos despir das nossas prenoções. Estas últimas resultam muitas vezes das nossas influências político-partidárias, ideológicas, religiosas, etc. Aqui está o ABC das ciências sociais. Não se obedecendo a este mandamento podemos apenas emitir opiniões pessoais e tudo parecido a isso menos fazer ciências sociais, pois estas requerem de alguma forma certo rigor e neutralidade axiológica.
Dizer que nos devemos despir das cores ideológicas, político-partidárias, religiosas, afinidades étnicas, devoção à um clube de futebol, etc. não significa de modo algum que o ciêntista seja um extra-terrestre. Como qualquer ser humano inserido na sociedade, o cientista também tem as suas afinidades políticas, religiosas, e outras que fazem dele um cidadão comum. A diferença porém, nota-se pelo facto de um ter a atenção de separar o trigo do joio no momento certo. Aí começa o exercício da atitude científico-académica.
A STV (estação televisiva do grupo Soico) tem um interessante programa dominical que a princípio parece estar virado para a análise dos factos sociais de maneira académica. Mas na verdade o que se verifica é que a academia ou o simplesmente o termo académico é usado indiscriminadamente para ludibriar a atenção dos telespectadores. O que na verdade ocorre é que se discutem assuntos sociais na perspectiva política e não académica, mas como quase todo o mundo gosta de ser académico, já se justifica o mau uso deste termo – académico.
Tem-se verificado que no lugar de fazer leituras isentas de ideologias político-partidárias, o painel desata vezes sem conta, em ataques pessoais no lugar de discutir ideias. Isso disvirtua de alguma forma a expectativa dos telespectadores que esperando por uma coisas, são presenteados por outra.
Um painelista que se afirma “guerreiro e lutador pela causa causa do povo” não está de modo algum a mostrar uma postura académica antes sim política. Normalmente são os políticos quem se recorrem a esse discurso de luta pela causa do povo e não por interesses pessoais. Os políticos – que na sua maioria são grandes mentirosos -, dizem nos seus discursos que a sua preocupação é com relação ao bem estar do povo e não consigo próprio; por essa causa, dizem eles poderem-se fazer mártires pelo bem estar do povo – o que nem sempre corresponde a verdade . O académico desvia-se deste tipo de discurso não pelo desinteresse da causa do povo, pois a ciência visa acima de tudo produzir o conhecimento para o bem estar social das pessoas através da tecnologia, melhores políticas públicas, modelos políticos de governação e administração pública, etc.
No exemplo que demos sobre a STV, talvez o problema não esteja no painel em si, mas sim da própria instituição e os critérios por si usados na selecção das figuras a comporem tal painel. Quer nos parecer que o critério usado foi a cor política dos dois grandes partidos moçambicanos. No entanto foram seleccionados rostos; um publicamente comprometido com a RENAMO, um comprometido com a FRELIMO, e o outro aparentemente neutro mas que depois afirmou-se como simpatizante da FRELIMO. Este critério de formação do painel não parece mais apropriado para um debate académico, antes sim para uma discução sobre assuntos sociais numa perspectiva política, ao exemplo do acontece na Assembleia da República. O mal seria menor se logo de início ficasse claro para os telespectadores que o programa seria uma miniatura da Assembleia da República, mas a decepção surge quando usa-se a capa da academia para fazer politiquices. É talvez daí que começa a indignação daqueles que pautam pelos valores e postura de académicos.
Se a STV quiser corrigir o seu erro, ainda tem tempo para isso. Pode por um lado rescindir o contrato com o, ou os painelistas que disvirtuam os objectivos do programa, ou entao mostrar aos telespectadores que o enfoque do programa é trazer às telas uma miniatura do parlamento.
Em relação aos Partidos políticos, especialmente a FRELIMO fica-lhe a tarefa de rever os seus representantes ou porta-vozes. Indivíduos de compostura duvidosa, podem manchar à todo um partido, e de alguma forma influenciar-lhe nos escurtínios eleitorais. Em momentos em que a nossa análise é desaprofundada, pode-se ficar na dúvida sobre a posição pessoal de alguém, com valores e postura não comungada pela maioria das pessoas de bom senso, e a posição do Partido.
Tudo o que foi referido anteriormente baseou-se na reflexão em torno do debate dominical, ora aludido, da noite de 13/07/08. Foi na sequência dele que reiteramos a importância de se fazerem leituras sobre os factos sociais isentos de pré-noções, se quisermos pautar por uma postura académica.