O fenomeno SIDA é para mim muito interessante não pelos infortúnios que tem causado no nosso país mas pela forma como é encarado.
Podia até escrever um livro com o título “As religiões e as crenças em torno do SIDA”. Muitas das propostas, medidas, e estratégias de combate ao SIDA em Moçambique parece-me resultar de crenças individuais ou grupais. Temos por exemplo a crença de que podemos resolver o problema bombardeando as pessoas com slogans violentos e de terror sobre a pandemia; acredita-se também sobre a possibilidade de resolver a questão aumentando o preço das bebidas alcoólicas; alguns até já estão a planejar medidas que pautam pela testagem obrigatória em locais apropriados; outras ideias começam a apelar pela distribuição de géneros alimentícios às famílias carenciadas como forma de combater a SIDA. Ora bem, crenças são mesmo crenças. O projecto comida pelo trabalho foi concebido também para ajudar as pessoas mais carenciadas de Moçambique, por outro lado, não acredito que só consumindo o álcool é que as pessoas enveredam pelo comportamento de risco. Muitos são os indivíduos que de consciência sã pautam pelo sexo desprotegido.
Da mesma forma como existem várias crenças religiosas, existem também várias crenças em torno das medidas eficazes no combate ao SIDA. Considero de crenças porque me parece que tais medidas não resultam de algum estudo ou pesquisa aprofundada sobre o cerne da questão. São estratégias que surgem porque um grupo de gente influente acredita que tal medida pode resultar num sucesso. Mas porque a crença resulta de uma percepção subjectiva da realidade o resultado é que as medidas até então empreendidas não têm surtido efeitos desejados, o que já é do conhecimento do poder político-administrativo.
Num artigo – Mastering science in the South – de Maurizio Iaccarino, ex-secretário geral da UNESCO, publicado na revista Science & Society, o autor afirma que a maior parte dos problemas que infermam aos países do Terceiro Mundo resultam da ausência da cultura de pesquisa e a pouca importância que dão a esse campo. Isso lembrou-me as palavras de um ministro moçambicano que tentou descaradamente afirmar que o país não precisa de ciências sociais para promover o seu desenvolvimento. Como disse antes, poderia também afirmar que ele manifestou publicamente uma das suas crenças ou convicções pessoais. E se depender de pessoas que fazem fé nesta crença vai-se procurar guerrear o SIDA apenas com um exército de cientistas nomotéticos – das ciências exactas – como os físicos, agrónomos, geólogos, mecánicos, astrónomos, etc. E se até lá algo falhar provavelmente surgirão outras crenças para o combate ao SIDA.
Podia até escrever um livro com o título “As religiões e as crenças em torno do SIDA”. Muitas das propostas, medidas, e estratégias de combate ao SIDA em Moçambique parece-me resultar de crenças individuais ou grupais. Temos por exemplo a crença de que podemos resolver o problema bombardeando as pessoas com slogans violentos e de terror sobre a pandemia; acredita-se também sobre a possibilidade de resolver a questão aumentando o preço das bebidas alcoólicas; alguns até já estão a planejar medidas que pautam pela testagem obrigatória em locais apropriados; outras ideias começam a apelar pela distribuição de géneros alimentícios às famílias carenciadas como forma de combater a SIDA. Ora bem, crenças são mesmo crenças. O projecto comida pelo trabalho foi concebido também para ajudar as pessoas mais carenciadas de Moçambique, por outro lado, não acredito que só consumindo o álcool é que as pessoas enveredam pelo comportamento de risco. Muitos são os indivíduos que de consciência sã pautam pelo sexo desprotegido.
Da mesma forma como existem várias crenças religiosas, existem também várias crenças em torno das medidas eficazes no combate ao SIDA. Considero de crenças porque me parece que tais medidas não resultam de algum estudo ou pesquisa aprofundada sobre o cerne da questão. São estratégias que surgem porque um grupo de gente influente acredita que tal medida pode resultar num sucesso. Mas porque a crença resulta de uma percepção subjectiva da realidade o resultado é que as medidas até então empreendidas não têm surtido efeitos desejados, o que já é do conhecimento do poder político-administrativo.
Num artigo – Mastering science in the South – de Maurizio Iaccarino, ex-secretário geral da UNESCO, publicado na revista Science & Society, o autor afirma que a maior parte dos problemas que infermam aos países do Terceiro Mundo resultam da ausência da cultura de pesquisa e a pouca importância que dão a esse campo. Isso lembrou-me as palavras de um ministro moçambicano que tentou descaradamente afirmar que o país não precisa de ciências sociais para promover o seu desenvolvimento. Como disse antes, poderia também afirmar que ele manifestou publicamente uma das suas crenças ou convicções pessoais. E se depender de pessoas que fazem fé nesta crença vai-se procurar guerrear o SIDA apenas com um exército de cientistas nomotéticos – das ciências exactas – como os físicos, agrónomos, geólogos, mecánicos, astrónomos, etc. E se até lá algo falhar provavelmente surgirão outras crenças para o combate ao SIDA.
No comments:
Post a Comment