Todos nós gostariamos de um dia ter descoberto a fórmula mágica para desenvolvermos o nosso país, no entanto há pensadores que não se cansam de fazer exercícios mentais com vista a tornarem-se heróis nesse âmbito. Uma atitude plausível se pusermos os interesses nacionalistas acima de tudo.
No passado sábado (01/03/08) Elísio Macamo publicou um texto interessante no jornal Notícias do qual é colaborador. Como de sempre, mais uma vez trouxe-nos análises interessantes de nos deixarem com o queixo caído. O exercício analítico que fez no seu texto não se difere de tantos outros com os quais nos tem deleitado. Ele procura-nos convencer, pelos seus argumentos, fazendo um exercício copernicano.
Discutindo sobre a corrupção e os seus efeitos para o desenvolvimento do país, Macamo diz existir uma farsa político-governamental que cria bodes expiatórios para encobrir a incompetência dos dirigentes do país. Segundo ele, esta farsa vem desde os primeiros anos do pós-independência. Nessa altura a Frelimo encobriu a sua incompetência no fracasso do seu projecto revolucionário jogando a culpa em inocentes, inventando a figura do xiconhoca, dos preguiçosos, dos contra-revolucionários, etc. Continuando com este raciocínio prossegue dizendo que ainda hoje a farsa prevalece apenas mudando de alvo. Desta vez o bode expiatório é a figura do corrupto que foi inventada, pelos moçambicanos incompetentes, de modo a constituir o novo cúmplice pelo subdesenvolvimento do país. Em breves palavras é esta a ideia do texto em referência.
Doutro modo, o texto quer mostrar de forma extremista, que o subdesenvolvimento do nosso país não tem nada a ver com os corruptos, os bandidos armados, os xiconhocas, os contra-revolucionários, as prostitutas e os improdutivos que eram enviados aos centros de reeducação e/ou zonas verdes. A síntese do texto indica que o subdesenvolvimento é resultado da incompetência dos moçambicanos, em particular dos que dirigem o país. Até aqui tudo bem. Uma grande análise mas que deixa muito a desejar.
As questões que coloco são as seguintes: Estaremos mesmo num país sem corruptos onde estes são uma invenção daqueles que querem ocultar a sua incompetência jogando-nos a poeira aos olhos? Caso a resposta seja negativa, será que a corrupção em nada contribui para o subdesenvolvimento de Moçambique? Será mesmo que os preguiçosos, vadios, bandidos armados, os contra-revolucionários em nada contribuiram para o subdesenvolvimento do país? E já agora, acho que precisamos encontrar alguma análise conceptual sobre a incompetência e corrupção. Que significa uma e outra coisa?
Reconheço que nenhum procurador geral conseguiu nos mostrar a cara de um corrupto sequer, embora tenham afirmado, publicamente, existirem corruptos e pessoas intocáveis em Moçambique, mas receio muito que isso seja sinónimo de não existirem tais indivíduos.
É verdade que existem muitos governantes e cidadãos incompetentes, mas isso não significa que para além da sua incompetência não hajam outros factores determinantes para o nosso desenvolvimento ou subdesenvolvimento, dos quais a corrupção faz parte. Se concordarem comigo direi que existe ainda um longo caminho a percorrer para o alcance da fórmula mágica do Desenvolvimento.
No passado sábado (01/03/08) Elísio Macamo publicou um texto interessante no jornal Notícias do qual é colaborador. Como de sempre, mais uma vez trouxe-nos análises interessantes de nos deixarem com o queixo caído. O exercício analítico que fez no seu texto não se difere de tantos outros com os quais nos tem deleitado. Ele procura-nos convencer, pelos seus argumentos, fazendo um exercício copernicano.
Discutindo sobre a corrupção e os seus efeitos para o desenvolvimento do país, Macamo diz existir uma farsa político-governamental que cria bodes expiatórios para encobrir a incompetência dos dirigentes do país. Segundo ele, esta farsa vem desde os primeiros anos do pós-independência. Nessa altura a Frelimo encobriu a sua incompetência no fracasso do seu projecto revolucionário jogando a culpa em inocentes, inventando a figura do xiconhoca, dos preguiçosos, dos contra-revolucionários, etc. Continuando com este raciocínio prossegue dizendo que ainda hoje a farsa prevalece apenas mudando de alvo. Desta vez o bode expiatório é a figura do corrupto que foi inventada, pelos moçambicanos incompetentes, de modo a constituir o novo cúmplice pelo subdesenvolvimento do país. Em breves palavras é esta a ideia do texto em referência.
Doutro modo, o texto quer mostrar de forma extremista, que o subdesenvolvimento do nosso país não tem nada a ver com os corruptos, os bandidos armados, os xiconhocas, os contra-revolucionários, as prostitutas e os improdutivos que eram enviados aos centros de reeducação e/ou zonas verdes. A síntese do texto indica que o subdesenvolvimento é resultado da incompetência dos moçambicanos, em particular dos que dirigem o país. Até aqui tudo bem. Uma grande análise mas que deixa muito a desejar.
As questões que coloco são as seguintes: Estaremos mesmo num país sem corruptos onde estes são uma invenção daqueles que querem ocultar a sua incompetência jogando-nos a poeira aos olhos? Caso a resposta seja negativa, será que a corrupção em nada contribui para o subdesenvolvimento de Moçambique? Será mesmo que os preguiçosos, vadios, bandidos armados, os contra-revolucionários em nada contribuiram para o subdesenvolvimento do país? E já agora, acho que precisamos encontrar alguma análise conceptual sobre a incompetência e corrupção. Que significa uma e outra coisa?
Reconheço que nenhum procurador geral conseguiu nos mostrar a cara de um corrupto sequer, embora tenham afirmado, publicamente, existirem corruptos e pessoas intocáveis em Moçambique, mas receio muito que isso seja sinónimo de não existirem tais indivíduos.
É verdade que existem muitos governantes e cidadãos incompetentes, mas isso não significa que para além da sua incompetência não hajam outros factores determinantes para o nosso desenvolvimento ou subdesenvolvimento, dos quais a corrupção faz parte. Se concordarem comigo direi que existe ainda um longo caminho a percorrer para o alcance da fórmula mágica do Desenvolvimento.
2 comments:
Belo texto Bayano, penso que estas duas realidades avancadas nao sao mutuamente excludentes, de certo modo podem estar a caminhar juntas, dito em outras palavras uma pessoa incopetente pode ser corrupto e vice e versa. Este pais esta repleto de incopetentes, mas tambem de muitos corruptos.
Rildo
Caro Rildo,
Agradeco os seus comentarios. Apenas fazer um pequeno reparo e dizer que este blog e' assinado por Book Sambo e nao pelo Bayano.
Abracos.
Post a Comment