Neste texto, Rildo Rafael procura reflectir sobre a música do nosso país contribuindo assim no debate inacabado sobre esta matéria.
“Curte o produto moçambicano” tem sido o slogan publicitário muito veiculado pela imprensa nacional, respondendo ao apelo do Ministro da Indústria e Comércio, com intuito de promover o produto nacional. Iremos neste breve artigo propor uma outra versão em relação ao que pretendemos abordar que seria “Curte a musica moçambicana”.
Não pretendemos discutir o que é ou não é musica moçambicana, pois achamos que o momento não é oportuno, se calhar emprestaremos a certas áreas alguns termos para uma discussão futura.
Falaríamos por exemplo de MNM (Musica nacional moçambicana),que tem a ver apenas com as musicas dos nacionais do país, independentemente da área geográfica em que se encontra e MIM (musica interna moçambicana), poderíamos referir a musicas de estilos nacionais feitas dentro das fronteiras do país, quer por músicos que sejam ou não nacionais.
Emprestamos tais designações da economia, dos termos PNB (Produto nacional bruto), que tem como referencia a nacionalidade e PIB (Produto interno bruto), que tem como referencia a dimensão geográfica, ou seja o território nacional.
Não é do nosso interesse muito menos fazer a discussão sobre o estilo musical que representa Moçambique (marrabenta? Utsi?, mapiko?, a lista é enorme), pois reconhecemos a diversidade cultural, etnolinguística e musical do país. Tem sido frequente ouvir nas conversas do dia a dia que a musica moçambicana vai de mal a pior ou que a juventude não gosta de musica moçambicana.
Nem constitui nossa intenção abordar sobre um falso problema entre a velha guarda e a nova geração, pensamos que podem caminhar de mãos dadas, pois acabam sendo todos da geração de Moçambique.
Temos constatado uma serie de adjectivos em torno da musica moçambicana, uns se referem como algo ultrapassado, um ruído, não tem “feeling”, algo para “matrecos”. Outros mostram-se reticentes em assistir um espectáculo ou comprar um disco de um musico moçambicano. Da parte de alguns músicos tem se constatado que estão constantemente a reclamar que as pessoas não compram os seus discos ou que os espectadores não acompanham devidamente os músicos nos espectáculos.
São concertos musicais as vezes sem público, músicos moçambicanos que poucas vezes são solicitados para actuar no estrangeiro, sem imaginarmos a dificuldade que os mesmos enfrentam para actuar internamente. Com a globalização achamos que este tipo de realidade como algo super normal para os países da periferia, mas a globalização não retira a faculdade e oportunidade de pensar em algo diferente para as nossas vidas.
Devemos reflectir bastante sobre a nossa situação de maneiras a projectarmos um futuro diferente e com isso evitarmos sermos reféns do processo global. A sociedade moçambicana esta a tender ser muito direccionada, onde o musico é o único interlocutor valido para falar sobre a musica, o desportista para o desporto até quem sabe se no futuro não iremos convidar alguns criminosos da praça para falarem unilateralmente sobre o crime!.
Pretendemos chamar atenção que o problema da musica não deixa de ser um problema abrangente. Será que não seremos capazes de reflectir sem evocar a palavra globalização como a parteira de vários problemas até se calhar dos discos piratas que andam por ai fora.
É chegado o momento de percebermos que algo não vai bem, antes de lançarmos as culpas para quem quer que seja devemos “socializar os nossos ouvidos”, ninguém nasce gostando de algo sem uma primeira experiência com a realidade.
Será que não há nenhum papel por parte do Estado para promover o “curte a musica moçambicana”, será que as rádios nacionais tentam resgatar ou veicular musicas moçambicanas (já agora das duas gerações); será que os DJ moçambicanos nas noites que proporcionam se apercebem da coisa. Será que é preciso educar os ouvidos dos moçambicanos e dos estrangeiros a curtirem a musica moçambicana.
Existe um ditado popular que diz o seguinte, “que é desde pequeno que se torce o pepino”, então qual o tamanho do nosso pepino. Será que há necessidade de um encontro regular entre o Ministério da Educação e Cultura e os DJs, músicos, apresentadores de rádios, televisão, a media, organizadores de espectáculos, etç. Muitos podem insurgir-se dizendo que estamos numa economia de mercado, por isso cada pessoa faz e vende o que quer, mas será que a economia de mercado significa a nula intervenção do Estado.
Com a televisão hoje se consegue encurtar a distancia com os acontecimentos de outros países, agora que se fala de mulheres transportadoras de drogas vamos pegar um pouco do Brasil, mas não é da droga que pretendemos referir.
Queremos fazer menção da audiência dos programas musicais televisivos e também da efervescência dos Brasileiros pela sua musica, algo que não acontece ao acaso, pois é fruto daquilo que chamamos de “educação dos ouvidos”, ou seja socializar as pessoas a apreciarem a musica de um determinado pais. Os mass media gozam um papel importante para a divulgação dos interesses nacionais.
Precisamos de dispor de instituições fortes capazes de proporcionar o “culto ao nacional”, para promovermos a musica nacional na relação frequente com os DJs, rádios, jornais, promotores de espectáculos, patrocinadores, editoras, etç.
A responsabilidade fundamenta o dever com a descendência, promovendo a continuidade da musica moçambicana a gerações futuras. Assim como as empresas transnacionais apregoam o consumo da marca “coca cola”, os Estados nacionais deveriam responder com o “curte a musica moçambicana”. Espero que não entendam que isso signifique trazer conflitos pessoais entre os músicos para a musica e nem muito menos criar escalões típicos do futebol para os nossos músicos. Talvez temos que colocar “Moçambique em concerto!”
Rildo Rafael
“Curte o produto moçambicano” tem sido o slogan publicitário muito veiculado pela imprensa nacional, respondendo ao apelo do Ministro da Indústria e Comércio, com intuito de promover o produto nacional. Iremos neste breve artigo propor uma outra versão em relação ao que pretendemos abordar que seria “Curte a musica moçambicana”.
Não pretendemos discutir o que é ou não é musica moçambicana, pois achamos que o momento não é oportuno, se calhar emprestaremos a certas áreas alguns termos para uma discussão futura.
Falaríamos por exemplo de MNM (Musica nacional moçambicana),que tem a ver apenas com as musicas dos nacionais do país, independentemente da área geográfica em que se encontra e MIM (musica interna moçambicana), poderíamos referir a musicas de estilos nacionais feitas dentro das fronteiras do país, quer por músicos que sejam ou não nacionais.
Emprestamos tais designações da economia, dos termos PNB (Produto nacional bruto), que tem como referencia a nacionalidade e PIB (Produto interno bruto), que tem como referencia a dimensão geográfica, ou seja o território nacional.
Não é do nosso interesse muito menos fazer a discussão sobre o estilo musical que representa Moçambique (marrabenta? Utsi?, mapiko?, a lista é enorme), pois reconhecemos a diversidade cultural, etnolinguística e musical do país. Tem sido frequente ouvir nas conversas do dia a dia que a musica moçambicana vai de mal a pior ou que a juventude não gosta de musica moçambicana.
Nem constitui nossa intenção abordar sobre um falso problema entre a velha guarda e a nova geração, pensamos que podem caminhar de mãos dadas, pois acabam sendo todos da geração de Moçambique.
Temos constatado uma serie de adjectivos em torno da musica moçambicana, uns se referem como algo ultrapassado, um ruído, não tem “feeling”, algo para “matrecos”. Outros mostram-se reticentes em assistir um espectáculo ou comprar um disco de um musico moçambicano. Da parte de alguns músicos tem se constatado que estão constantemente a reclamar que as pessoas não compram os seus discos ou que os espectadores não acompanham devidamente os músicos nos espectáculos.
São concertos musicais as vezes sem público, músicos moçambicanos que poucas vezes são solicitados para actuar no estrangeiro, sem imaginarmos a dificuldade que os mesmos enfrentam para actuar internamente. Com a globalização achamos que este tipo de realidade como algo super normal para os países da periferia, mas a globalização não retira a faculdade e oportunidade de pensar em algo diferente para as nossas vidas.
Devemos reflectir bastante sobre a nossa situação de maneiras a projectarmos um futuro diferente e com isso evitarmos sermos reféns do processo global. A sociedade moçambicana esta a tender ser muito direccionada, onde o musico é o único interlocutor valido para falar sobre a musica, o desportista para o desporto até quem sabe se no futuro não iremos convidar alguns criminosos da praça para falarem unilateralmente sobre o crime!.
Pretendemos chamar atenção que o problema da musica não deixa de ser um problema abrangente. Será que não seremos capazes de reflectir sem evocar a palavra globalização como a parteira de vários problemas até se calhar dos discos piratas que andam por ai fora.
É chegado o momento de percebermos que algo não vai bem, antes de lançarmos as culpas para quem quer que seja devemos “socializar os nossos ouvidos”, ninguém nasce gostando de algo sem uma primeira experiência com a realidade.
Será que não há nenhum papel por parte do Estado para promover o “curte a musica moçambicana”, será que as rádios nacionais tentam resgatar ou veicular musicas moçambicanas (já agora das duas gerações); será que os DJ moçambicanos nas noites que proporcionam se apercebem da coisa. Será que é preciso educar os ouvidos dos moçambicanos e dos estrangeiros a curtirem a musica moçambicana.
Existe um ditado popular que diz o seguinte, “que é desde pequeno que se torce o pepino”, então qual o tamanho do nosso pepino. Será que há necessidade de um encontro regular entre o Ministério da Educação e Cultura e os DJs, músicos, apresentadores de rádios, televisão, a media, organizadores de espectáculos, etç. Muitos podem insurgir-se dizendo que estamos numa economia de mercado, por isso cada pessoa faz e vende o que quer, mas será que a economia de mercado significa a nula intervenção do Estado.
Com a televisão hoje se consegue encurtar a distancia com os acontecimentos de outros países, agora que se fala de mulheres transportadoras de drogas vamos pegar um pouco do Brasil, mas não é da droga que pretendemos referir.
Queremos fazer menção da audiência dos programas musicais televisivos e também da efervescência dos Brasileiros pela sua musica, algo que não acontece ao acaso, pois é fruto daquilo que chamamos de “educação dos ouvidos”, ou seja socializar as pessoas a apreciarem a musica de um determinado pais. Os mass media gozam um papel importante para a divulgação dos interesses nacionais.
Precisamos de dispor de instituições fortes capazes de proporcionar o “culto ao nacional”, para promovermos a musica nacional na relação frequente com os DJs, rádios, jornais, promotores de espectáculos, patrocinadores, editoras, etç.
A responsabilidade fundamenta o dever com a descendência, promovendo a continuidade da musica moçambicana a gerações futuras. Assim como as empresas transnacionais apregoam o consumo da marca “coca cola”, os Estados nacionais deveriam responder com o “curte a musica moçambicana”. Espero que não entendam que isso signifique trazer conflitos pessoais entre os músicos para a musica e nem muito menos criar escalões típicos do futebol para os nossos músicos. Talvez temos que colocar “Moçambique em concerto!”
Rildo Rafael
1 comment:
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