As abordagens sobre o desenvolvimento apontam uma série de factores que estão na origem da pobreza ou então que afectam negativamente o crescimento de um determinado país. Dentre os vários elementos que desincentivam o desenvolvimento figura o aspecto cultural, significando neste caso, os usos e costumes; os hábitos; a forma de ser e de estar; modos de agir e de pensar, etc.
No nosso país temos muitos exemplos de aspectos culturais que muito provavelmente possam estar na origem do nosso lento desenvolvimento sócio-económico. O exemplo disso podemos encontrar no critério de escolha face as duas operadoras da telefonia móvel a operarem no país. Neste processo podemos optar por vias que nos ajudem a poupar, o que naturalmente conduz-nos a acumulação de capital, ou por vias que nos levam a disperdícios de recursos financeiros.
A questão que se coloca é: quais os motivos que ditam a opção por uma ou por outra operadora? Naturalmente que as respostas podem ser várias: desde o custo dos serviços; a qualidade; o hábito; até a resistência à mudanças; etc.
Quem opta por tarifas baixas de uma operadora pode no entanto ficar refém da má qualidade na prestação dos seus serviços, a não ser que se esteja perante um caso de custos muito baixos para serviços de alta qualidade. Por outro lado podemo-nos encontrar numa situação em que os custos são ligeiramente altos em relação ao primeiro caso, mas compensados com uma qualidade aceitável entre os consumidores dos serviços.
Imaginemos que a operadora com melhor qualidade nos serviços, ofereça uma promoção na qual os seus clientes podem-se comunicar entre si ao valor único de 500 Mt num período de dois meses. Uma promoção que permite falar 24h durante dois meses ao preço de 500 Mt, sendo o preço do pacote ou cartão inicial da operadora não superior a 4 Mt. Diríamos simplesmente que a oferta é tentadora embora os 500 meticais sejam um terço do salário mínimo nacional. Mas para aqueles que fazem chamadas telefónicas no valor de 100 Mt de 3 em 3 dias em média, podem com certeza achar a proposta tentadora. Mas o que acontece é que mesmo assim não se deixam levar pela tentação.
O que a experiência do dia-a-dia mostra é que dificilmente os clientes mudam de uma operadora para outra em busca de melhores serviços, do mesmo jeito que são muito raros os casos em que os clientes mudam-se em busca de melhores preços. Neste último caso nem as promoções contribuem efectivamente para a angariação dos clientes da operadora rival.
Se a justificação para a resistência à mudança é o hábito que se tem numa operadora, quer por outras palavras dizer que os consumidores preferem permanecer com os serviços de baixa qualidade e/ou preços altos porque estão habituados a isso, preferindo não se mudar. Num caso do género e específicamente da promoção de serviços, diríamos que abre-se mão da poupança pelo hábito que se tem em relação à operadora.
O sentimento de pertença a uma operadora de telefonia móvel corresponde de certa forma a identidade reivindicada pelos seus clientes. Estes últimos adoptam para si um sentimento de pertença que simultâneamente condiciona a sua identidade. Uma identidade que se pode comparar aos laços em relação ao local de nascença, ao bairro residencial, ao clube de futebol favorito, etc. É este sentimento que exerce uma pressão psicológica sobre os actores sociais, fazendo da sua operadora de telefonia móvel, a sua religião ou clube de futebol.
Não é pela derrota sofrida que se deixa de ser adepto do clube; não é por se rezar na garagem ou numa palhota que se abandona uma religião; do mesmo jeito que não é pelas estradas esburacadas que mudamos de bairro. O sentimento de pertença a um grupo ou espaço, inculca sobre os actores uma identidade que desenvolve um afecto por vezes não manifesto, e que por sua vez dificilmente condiciona o seu abandono.
A rejeição ou mudança de um traço identitário traz sobre os autores um sentimento de traição ou infidelidade ao seu grupo de pertença, o que pode resultar num sentimento de culpa, tristeza e/ou agonia.
No caso dos clientes das duas operadoras de telefonia móvel em Moçambique ocorre uma situação semelhante que por sua vez acaba numa resistência à mudança independentemente dos benefícios aludidos nas propagandas ou publicidades. Isso não significa porém que ninguém adira a mudança, mas em média os clientes preferem manter-se fiéis às suas operadoras. Ademais o que pode acontecer é que o cliente adopte uma posição de bigamia comercial fazendo uso paralelo dos serviços das duas operadoras. Por outro lado a operadora pode ganhar, pelo seu marketing, clientes fiéis que usam pela primeira vez na vida os serviços de telefonia móvel. Este é apenas um exemplo de resistência a mudança e para além dele existem tantos outros que poderiam por aqui desfilar.
Situações como as que foram anteriormente descritas perfilam nos modos de ser, de agir, e de pensar, alguns deles determinados por questões culturais, sociais, e até psicológicos, que contribuem negativamente para o desenvolvimento do país.
A resistência à mudança é comum entre os actores sociais, mas é preciso realçar que não é possível registar melhorias sem que antes aceitemos mudanças. O próprio desenvolvimento sócio-económico é algo que só se pode alcançar através de mudanças. Estas últimas podem ocorrer a vários níveis para além dos hábitos que ditam as nossas escolhas no mercado. Por fim, diriamos que ter medo de mudanças é o mesmo que rejeitar pacificamente o desenvolvimento.
No nosso país temos muitos exemplos de aspectos culturais que muito provavelmente possam estar na origem do nosso lento desenvolvimento sócio-económico. O exemplo disso podemos encontrar no critério de escolha face as duas operadoras da telefonia móvel a operarem no país. Neste processo podemos optar por vias que nos ajudem a poupar, o que naturalmente conduz-nos a acumulação de capital, ou por vias que nos levam a disperdícios de recursos financeiros.
A questão que se coloca é: quais os motivos que ditam a opção por uma ou por outra operadora? Naturalmente que as respostas podem ser várias: desde o custo dos serviços; a qualidade; o hábito; até a resistência à mudanças; etc.
Quem opta por tarifas baixas de uma operadora pode no entanto ficar refém da má qualidade na prestação dos seus serviços, a não ser que se esteja perante um caso de custos muito baixos para serviços de alta qualidade. Por outro lado podemo-nos encontrar numa situação em que os custos são ligeiramente altos em relação ao primeiro caso, mas compensados com uma qualidade aceitável entre os consumidores dos serviços.
Imaginemos que a operadora com melhor qualidade nos serviços, ofereça uma promoção na qual os seus clientes podem-se comunicar entre si ao valor único de 500 Mt num período de dois meses. Uma promoção que permite falar 24h durante dois meses ao preço de 500 Mt, sendo o preço do pacote ou cartão inicial da operadora não superior a 4 Mt. Diríamos simplesmente que a oferta é tentadora embora os 500 meticais sejam um terço do salário mínimo nacional. Mas para aqueles que fazem chamadas telefónicas no valor de 100 Mt de 3 em 3 dias em média, podem com certeza achar a proposta tentadora. Mas o que acontece é que mesmo assim não se deixam levar pela tentação.
O que a experiência do dia-a-dia mostra é que dificilmente os clientes mudam de uma operadora para outra em busca de melhores serviços, do mesmo jeito que são muito raros os casos em que os clientes mudam-se em busca de melhores preços. Neste último caso nem as promoções contribuem efectivamente para a angariação dos clientes da operadora rival.
Se a justificação para a resistência à mudança é o hábito que se tem numa operadora, quer por outras palavras dizer que os consumidores preferem permanecer com os serviços de baixa qualidade e/ou preços altos porque estão habituados a isso, preferindo não se mudar. Num caso do género e específicamente da promoção de serviços, diríamos que abre-se mão da poupança pelo hábito que se tem em relação à operadora.
O sentimento de pertença a uma operadora de telefonia móvel corresponde de certa forma a identidade reivindicada pelos seus clientes. Estes últimos adoptam para si um sentimento de pertença que simultâneamente condiciona a sua identidade. Uma identidade que se pode comparar aos laços em relação ao local de nascença, ao bairro residencial, ao clube de futebol favorito, etc. É este sentimento que exerce uma pressão psicológica sobre os actores sociais, fazendo da sua operadora de telefonia móvel, a sua religião ou clube de futebol.
Não é pela derrota sofrida que se deixa de ser adepto do clube; não é por se rezar na garagem ou numa palhota que se abandona uma religião; do mesmo jeito que não é pelas estradas esburacadas que mudamos de bairro. O sentimento de pertença a um grupo ou espaço, inculca sobre os actores uma identidade que desenvolve um afecto por vezes não manifesto, e que por sua vez dificilmente condiciona o seu abandono.
A rejeição ou mudança de um traço identitário traz sobre os autores um sentimento de traição ou infidelidade ao seu grupo de pertença, o que pode resultar num sentimento de culpa, tristeza e/ou agonia.
No caso dos clientes das duas operadoras de telefonia móvel em Moçambique ocorre uma situação semelhante que por sua vez acaba numa resistência à mudança independentemente dos benefícios aludidos nas propagandas ou publicidades. Isso não significa porém que ninguém adira a mudança, mas em média os clientes preferem manter-se fiéis às suas operadoras. Ademais o que pode acontecer é que o cliente adopte uma posição de bigamia comercial fazendo uso paralelo dos serviços das duas operadoras. Por outro lado a operadora pode ganhar, pelo seu marketing, clientes fiéis que usam pela primeira vez na vida os serviços de telefonia móvel. Este é apenas um exemplo de resistência a mudança e para além dele existem tantos outros que poderiam por aqui desfilar.
Situações como as que foram anteriormente descritas perfilam nos modos de ser, de agir, e de pensar, alguns deles determinados por questões culturais, sociais, e até psicológicos, que contribuem negativamente para o desenvolvimento do país.
A resistência à mudança é comum entre os actores sociais, mas é preciso realçar que não é possível registar melhorias sem que antes aceitemos mudanças. O próprio desenvolvimento sócio-económico é algo que só se pode alcançar através de mudanças. Estas últimas podem ocorrer a vários níveis para além dos hábitos que ditam as nossas escolhas no mercado. Por fim, diriamos que ter medo de mudanças é o mesmo que rejeitar pacificamente o desenvolvimento.